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A reação exagerada às pressões do dia-a-dia sabota a saúde. Novos estudos ensinam o que fazer para preservá-la.
Francine Lima

Se você está estressado, e faz tempo, vai aqui um consolo: relaxar não é fácil. Se fosse, o estresse não estaria na lista dos problemas que mais afastam as pessoas do trabalho. Segundo uma pesquisa da Mental Health America, associação nacional dedicada à promoção da saúde mental nos Estados Unidos, muita gente está lidando com o estresse da forma errada. Nem sempre tirar férias é uma boa saída. A quebra da rotina, o transtorno nos aeroportos, a culinária estranha e o idioma estrangeiro podem deixar os nervos em pior estado que antes. Acompanhe o que os novos estudos ensinam sobre como lidar com o estresse.

1 - Não se desespere. Acredite que vai dar tudo certo.

O estresse é uma reação natural. Diante de um leão, um antepassado caçador precisava de descargas maiores de hormônios de alerta (cortisol e adrenalina) para fugir ou lutar. Na selva urbana, carregamos doses elevadas desses hormônios, como se cada pequeno problema do cotidiano representasse uma ameaça à vida. O melhor jeito de se livrar desse perigo - o bombardeio hormonal - é avisar o cérebro que disso você não vai morrer. É o bom e velho “vai dar tudo certo”. Um estudo já clássico, realizado em 1995 na Universidade Trier, na Alemanha, mediu o nível de cortisol de 20 homens ao longo de vários dias enquanto eles eram submetidos a situações de pressão emocional, como passar por uma entrevista de emprego. No primeiro dia, todos apresentaram altos níveis de cortisol. No segundo dia, a maioria apresentou níveis próximos do normal. Durante o estresse, a tendência é enxergar menos saídas que as existentes. Para a psicóloga Marilda Lipp, pequisadora do Laboratório de Estudos Psicofisiológicos do Stress da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, ansiedade e expectativas ilógicas ou exageradas são as principais fontes internas de estresse. Para amenizá-las, é preciso reestruturar o pensamento. “Criamos estresse quando preenchemos com hipóteses uma lacuna de informação e passamos a acreditar numa idéia falsa que nos desagrada. O pensamento se torna obsessivo”, diz Lipp.

2 - Desconecte-se periodicamente do trabalho.

Pesquisas recentes da Universidade da Califórnia sugerem que trabalhar demais não é o único fator de estresse. Segundo a psicóloga Christina Maslach, o trabalho é mais estressante quando o funcionário se sente injustiçado ou pensa em desacordo com os valores da empresa. Ou quando desconhece os motivos do empregador para tomar decisões. Mesmo quem resolveu trabalhar em casa com o intuito de reduzir a pressão pode ter o nível de estresse aumentado, pelo isolamento ou por diluir a fronteira entre o lazer e a obrigação. O principal problema, no entanto, é perder a dimensão de que o trabalho não é a única coisa importante da vida. Os cientistas afirmam que o ritmo acelerado com que se trabalha hoje torna indispensável “se desconectar” periodicamente. Pausas para o café durante o expediente já ajudam. Mas é preciso reservar tempo na agenda para atividades prazerosas fora do trabalho. Desligar-se do batente é uma necessidade biológica.

3 - Durma mais. E crie condições para dormir melhor.

O hormônio cortisol, que circula no organismo em grandes quantidades durante o estresse, também é responsável por despertar você todas as manhãs. Ele começa a ser produzido durante o sono e é liberado pelas glândulas adrenais até você se conscientizar de que mais um dia começou. O pico de cortisol ocorre poucas horas após o despertar, e seu nível no sangue vai caindo ao longo do dia. Em geral, o sistema se autocontrola. Mas em pessoas severamente depressivas ou com privação de sono o padrão muda: o cortisol fica elevado o dia todo, como se o hipotálamo esquecesse de desligar o mecanismo. Por isso, um sono adequado ajuda a regular as reações de estresse. Estudos do Hospital Mount Sinai, em Nova York, mostram que o cortisol alto não é o único culpado pelo estresse. Pessoas que sofreram traumas psicológicos têm níveis baixos do hormônio. Mas são mais sensíveis à ação dele e sofrem conseqüências parecidas com as de quem têm muito cortisol circulando no organismo.

4 - Faça amigos. E não brigue com eles.

Para quem pensa que a aposentadoria é o fim do estresse, a notícia não é muito boa. A produção de cortisol é alta em 30% dos idosos. Um estudo ainda não publicado da universidade canadense McGill, em Montreal, concluiu que o único fator ambiental relacionado a esse fato é a falta de apoio social. Com a perda do cônjuge e de amigos, os idosos ficam mais solitários e, com isso, vulneráveis ao estresse. A perda de memória na terceira idade também está sendo associada ao cortisol. A exposição prolongada ao hormônio parece atrofiar o hipocampo, região do cérebro responsável pelas lembranças. O “ombro amigo” é um conforto benéfico para a saúde em qualquer idade. Outro passo importante é evitar discussões e reações explosivas. Um estudo da PUC de Campinas liderado por Marilda Lipp e realizado com hipertensos mostrou que a pressão arterial sobe ainda mais quando eles reagem ao estresse “descarregando” o sentimento negativo.

5 - Alimente-se direito. Isso é mais sério do que você imagina.

Preparar um jantar saboroso e nutritivo no fim do dia talvez adie o descanso esparramado no sofá. Mas atacar opções prontas, rápidas de consumir e pouco saudáveis também não ajuda a relaxar. Segundo Bruce McEwen, neuroendocrinologista da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, frituras e outros alimentos altamente calóricos elevam o número de proteínas que causam inflamações. Assim como o estresse, elas contribuem para o desenvolvimento de doenças como aterosclerose, artrite, diabetes e obesidade. A ingestão regular de frutas, verduras e legumes mantém o metabolismo em dia e fornece os nutrientes necessários para o controle da resposta de estresse.

6 - Adote a malhação. Para o corpo e para o cérebro.

Os benefícios da prática regular de exercícios físicos são vastos. Para começar, eles protegem o músculo cardíaco, o primeiro a ser afetado pelos perigos do estresse. Também liberam endorfinas, hormônios que produzem a sensação de bem-estar. A atividade física favorece ainda o cérebro. Estudos recentes revelam que o condicionamento físico aumenta a capacidade do cérebro de mudar o foco de atenção quando necessário. O mecanismo é bem-vindo quando o estresse é criado ou intensificado por pensamentos estressantes.

7 - Busque o prazer e cultive o amor-próprio.

Jens Pruessner, da Universidade canadense McGill, demonstrou com um estudo comparativo que pessoas com baixa auto-estima têm o hipocampo menor que a média, e isso as torna mais vulneráveis ao estresse. A dificuldade aumenta se a auto-estima estiver vinculada ao sucesso profissional, conforme alerta o psicanalista Luiz Alberto Py. Ele diz que, assim como o amor materno, o amor-próprio deveria ser incondicional. Mas tem sido boicotado por um modelo educacional que leva a criança a aprender que só será aceita quando realizar determinadas metas. Dedicar-se a hobbies sem compromisso, reservar tempo para o lazer, ouvir música ou qualquer fonte de prazer pessoal são atitudes apontadas como fundamentais para o controle do estresse.


Fonte: Revista Época

 


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