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Karma é uma palavrinha muito reverenciada (por uns poucos especialistas) e razoavelmente mal interpretada pelos leigos em geral – inclusive eu, que sempre a utilizei como sinônimo de ‘destino’. Quando eu encontrava alguém pegajoso, que não largava do meu pé e passava o dia inteiro me azucrinando, eu dizia: “Fulano é o meu Karma”. Quer dizer, em minha percepção, um poder superior e sobrenatural havia decidido que eu deveria pagar por algo que não fiz.

E a sutil diferença está nessa última frase “pagar por algo que não fiz”. Karma significa exatamente o contrário: “pagar por algo que se fez”. Em sua distante origem – no sânscrito, uma língua ancestral já extinta – karma queria dizer ‘ação’. Ou, por extenso, ‘tudo o que nos acontece é o resultado de algo que fizemos’. O nosso karma, então, não é um aleatório jogo de sorte e azar: é uma simples questão de causa e efeito. Tudo o que está acontecendo agora é o resultado direto de decisões que tomamos no passado, mesmo que não nos lembremos delas, ou que, na época, as tenhamos considerado irrelevantes.

Faz um mês, eu vivi uma situação profissional bem próxima dessa verdade, com um ex-colega de trabalho. Um dia, ele e eu fizemos parte de um grupo que trabalhava em uma mesma empresa, e era muito unido. Mas, com o tempo e a ciranda-cirandinha do mercado de trabalho, o grupo se dissolveu: cada um de seus membros foi pegando o boné e partindo para outra. E esse ex-colega, mais afortunado ou mais competente, conseguiu uma posição fantástica, bem superior às dos demais. Resultado: o privilegiado decidiu, talvez inconscientemente, perder o contato conosco. Sua temporária situação de conforto o convenceu de que nós precisávamos dele, mais do que ele de nós. Daí, o dito não respondia às mensagens que mandávamos, e sua assistente sempre dizia que ele estava viajando quando ligávamos. Mas o tempo passou, e ele ficou desempregado. E qual foi a primeira coisa que fez? Entrou em contato com os amigos do peito. E, claro, ninguém respondeu. Um dia, nosso ex-colega, ao encontrar casualmente outro ex-colega, reclamou, amargurado: “Pois é, na hora em que a gente mais precisa dos amigos, eles desaparecem”.

Na opinião dele, ele havia sido vitimado pelo karma de ter confiado em falsos amigos. Na opinião dos demais, ele estava colhendo o karma que havia semeado. E quem é que estava certo? Ninguém. Ao recusarmos estender a mão, nós também estávamos tomando uma decisão que teria más conseqüências futuras, mas todos preferimos optar pela vingança momentânea, que não levava a nada, ao perdão e à generosidade. Felizmente, um dos colegas conseguiu convencer os demais a esquecer os rancores e a tentar ajudar o ex-desgarrado, e todos pudemos dormir em paz com nossas consciências.

No Balanço Pessoal da maioria das pessoas, karma é ‘como alguém pode me ajudar’. Ou seja, seriam créditos contabilizados na coluna ‘Recebimentos de Curto Prazo’. Na verdade, karma é ‘como eu posso ajudar alguém’, e é lançado em ‘Investimentos de Longo Prazo’. Uma contabilidade, como se percebe todos os dias, fácil de entender, mas difícil de praticar.

Autor: Max Gehringer

 


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